Suspeitas de tráfico e de criação clandestina, maus-tratos e o aparecimento de animais silvestres em áreas urbanas podem ser registrados pelo Disque 190 e pelos telefones 3190-5190 e 99351-5736
O ranking é liderado pelas aves, em que as espécies mais encontradas nos últimos dois anos foram os canários da terra (964), baianos (545) e periquitos do encontro (282). Entre os mamíferos, houve o resgate de 1.718 saruês; 86 macacos sagui; 75 capivaras, e mais. No caso dos répteis, destaque para as jiboias (298), cascavéis (190) e cobras cipó (85).
Assim que resgatados, os animais podem ser soltos na natureza ou encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas-DF) do Ibama, onde recebem tratamento médico. Caso sejam encontrados mortos, o BPMA aciona o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) para recolher os cadáveres.
“A maioria dos animais que pegamos estão em perfeitas condições para serem soltos na natureza. E se estão arredios, entendemos que faz parte do comportamento animal e seguimos com a soltura”, explica o coronel Fábio Pereira, comandante do BPMA. “Nossa preocupação é com o animal e a preservação do meio ambiente, protegendo a fauna e a flora”, acrescenta.
Tratamento
Espalhados por todo o Brasil, os Cetas são locais mantidos pelo Ibama aptos a receber os animais apreendidos, resgatados ou entregues espontaneamente pela população e pelos órgãos públicos. Todos os bichos recebidos passam por avaliação veterinária e, a depender da situação, são encaminhados ao ambulatório para administração de medicamentos e outros procedimentos.
Os casos clínicos mais críticos podem ser atendidos no Setor de Animais Silvestres no Hospital Veterinário da Universidade de Brasília (HVET-UnB), que tem um Acordo de Cooperação Técnica com o Cetas-DF, ou em clínicas veterinárias parceiras, como a Anclivepa e Zootopia, que prestam atendimentos eventuais. O Zoológico de Brasília também atende a mamíferos de grande porte, a pedido do BPMA.
Após alta veterinária, os animais são realocados em recintos mais adequados para cada espécie e passam por nova avaliação clínica e comportamental. “É importante observar a adaptação alimentar de cada indivíduo, assim como a capacidade de voo e predação, fatores decisivos para a reintrodução do animal na natureza”, explica a chefe do Cetas no DF, Marília Gama.
O tratamento também inclui exercícios com enriquecimento ambiental, considerados essenciais para a reabilitação dos bichos. Por fim, os animais aptos são soltos e os não aptos (inclusive em razão de lesões permanentes e irreversíveis) são encaminhados a cativeiros conservacionistas autorizados pelo Ibama.
“O tempo de permanência no Cetas varia. Animais em plena saúde podem ser reintroduzidos em uma semana, por exemplo. Casos graves apresentam um tempo de recuperação superior”, explica Gama. Animais exóticos não podem ser destinados à soltura e permanecem no Cetas até a definição da destinação adequada.
Trabalho contínuo
Suspeitas de tráfico e de criação clandestina, maus-tratos e o aparecimento de animais silvestres em áreas urbanas podem ser registrados pelo Disque 190 e pelos telefones 3190-5190 e 99351-5736. O anonimato é garantido.
Fonte: Agencia Brasilia