O que há para comemorar no Dia Mundial da Água?
O que há para comemorar no Dia Mundial da Água?
Bióloga brasiliense alerta que maior desperdício está na agricultura e na produção de novas tecnologias
O Dia Mundial da Água, celebrado nessa sexta (22/3), traz reflexões sobre temas importantes a cerca do maior bem natural do planeta. Por isso, a bióloga brasiliense Nurit Bensusan alerta que são as mudanças de hábitos, indo além de “fechar as torneiras”, que poderão contribuir com a conservação água, atualmente muito desperdiçada na produção de novas tecnologias e na agricultura.
Autora do livro Meio ambiente, e eu com isso?, que aborda situações cotidianas e as relações das pessoas com o meio ambiente, a também engenheira florestal e especialista em ecologia explica que apesar do tema Água e Sustentabilidade estarem mais popularizados, as práticas ainda têm muito o que mudar.
“Continuamos com um enorme desperdício de água, continuamos sendo um país péssimo em saneamento, continuamos a individualizar a culpa pelo consumo de água. É claro que fechar as torneiras é útil, mas temos que pensar onde e como a água é gasta no planeta. Cerca de 70% é gasta na agricultura e, se quisermos fazer alguma diferença, para além de convivermos bem com nossa consciência de forma descomprometida, temos que repensar os nossos modelos de ocupação do solo e também de consumo”, afirma Nurit, doutora em educação e ex-coordenadora da WWF Brasil.
“Não há o que comemorar”
É difícil imaginar quando se toma um banho quente, escova os dentes ou toma um copo de água gelada diretamente do filtro, que muita gente no planeta não tenha acesso à água potável. De acordo com Nurit Bensusan, os números são alarmantes. “Há quase um bilhão de pessoas sem acesso à água potável no mundo, e mais de 2 bilhões sem acesso a saneamento adequado. Ironicamente, em muitos desses lugares se plantam flores, que consomem altíssimas quantidades de água, e se irrigam campos de golfe, quando umas poucas gotas d’água poderiam salvar uma vida”, reflete a bióloga.
Sobre Nurit Bensusan
Bióloga e engenheira florestal, pós-graduada em História e Filosofia da Ciência pela Universidade Hebraica de Jerusalém, mestre em Ecologia e doutora em Educação pela Universidade de Brasília (UnB). É autora do blog Nosso Planeta, do jornal O Globo ( http://oglobo.globo.com/blogs/nossoplaneta ), uma de suas plataformas de popularização da ciência, e criadora da Biolúdica ( http://www.bioludica.com.br ), oficina de jogos com temas biológicos voltada para crianças e adolescentes. Participa também do coletivo de ideias Biotrix ( www.biotrix.com.br ). Com mais de 12 livros publicados, entre eles Biodiversidade: é para comer, vestir ou passar no cabelo; Meio Ambiente: e eu com isso?; Quanto dura um rinoceronte? (Editora Peirópolis), e Rio + 20, +21, +22, +23 (da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), e Seria melhor mandar ladrilhar? (Editora Universidade de Brasília e Peirópolis) foi responsável pela área de biodiversidade e coordenadora de políticas públicas do WWF Brasil, coordenadora de biodiversidade no Instituto Socioambiental e coordenadora do núcleo de gestão do conhecimento do Instituto Internacional de Educação do Brasil.
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Fernanda Fernandes e Clarice Gulyas
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