MT: Trabalhadores da BRF entram em estado de greve em Lucas do Rio Verde

MT: Trabalhadores da BRF entram em estado de greve em Lucas do Rio Verde

Eles reivindicam, entre outros pontos, a reposição imediata da inflação nos últimos 12 meses

Texto: Clarice Gulyas
Fotos: Vereadora Professora Cleusa / Lucas do Rio Verde

 

Diante da falta de avanço nas negociações salariais, trabalhadores da BRF decidiram entrar em estado de greve após assembleia geral realizada nesse domingo (13/12), no Auditório da Câmara Municipal de Lucas do Rio Verde (MT). Aproximadamente 4,5 mil trabalhadores poderão cruzar os braços, caso a empresa não reabra negociação nos próximos 15 dias, a partir de hoje. A categoria reivindica, entre outros pontos, a reposição imediata da inflação e o aumento real do salário (cerca de 13%). O movimento contou com a participação e coordenação da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins).

Pela Convenção Coletiva de Trabalho, a BRF propôs o pagamento de 5% de reposição salarial, aumento de R$ 20,00 no vale-alimentação e mais R% 25,00 de bônus no vale-alimentação entre janeiro e outubro de 2016. Também propôs um bônus anual de R$ 343,00 (prêmio de excelência, já recebidos), segundo o sindicato profissional da categoria. No entanto, a proposta apresentada pela empresa não atende às expectativas dos trabalhadores, que também denunciaram más condições de trabalho e descumprimento da Norma Regulamentadora nº 36, que trata de novas regras de saúde e segurança em frigoríficos (em vigor desde 2013).

De acordo com Valdeci Scherer, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Cooperativas de Carnes e Derivados da Alimentação e Afins de Lucas do Rio Verde (Sintralve), desde outubro (data-base) a categoria enfrenta dificuldades no avanço do reajuste salarial. O salário base atual da categoria no município é de R$ 923,00, chegando a R$ 973,00 após o período de experiência para auxiliares de produção.

“Os trabalhadores estavam insatisfeitos com as negociações até o momento, então ontem fizemos uma nova assembleia para tentarmos renegociar com a empresa a decisão da maioria. Entendemos que o trabalho em frigorífico é sacrificante e, por isso, estamos pedindo o que a lei garante e o que entendemos ser o justo para o trabalhador”, comenta.

Artur Bueno de Camargo, presidente da CNTA Afins, destaca que a confederação, representante de 400 mil trabalhadores do setor no País, está acompanhando o andamento das negociações.

“Estamos aqui para apoiar o sindicato e os trabalhadores da categoria. Estamos atentos à desenvoltura dessa negociação e preparados para agir, caso a empresa não atenta às reivindicações”, afirma.


A categoria também reivindica:


– auxilio creche: que ao invés de se cobrar 15% do piso da categoria, o valor seja cobrado sobre o salário base de cada funcionária, com vigência de 18 meses.

– vale-alimentação: aumento de R$ 200,00 para R$ 250,00

– hora extra: pagamento da hora trabalhada mais 50% (de segunda a sábado) e de 70% acima dessa hora. Já para domingos e feriados, os trabalhadores reivindicam o aumento de 100% para 120%



Assessora de imprensa da CNTA Afins
Clarice Gulyas

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