Codeplan divulga segunda pesquisa sobre restaurantes comunitários no DF
Pesquisa de satisfação ouve mais de sete mil usuários em 14 unidades dos RCs
Com o objetivo de traçar o perfil sociodemográfico dos consumidores dos Restaurantes Comunitários (RCs), avaliar a satisfação e hábitos de consumo, estilo de vida e fatores de risco e doenças crônicas, foi divulgada nesta manhã (26), na Codeplan, a II Pesquisa de Identificação e Percepção Social dos Usuários dos Restaurantes Comunitários do Distrito Federal. Segundo a pesquisa, 84,5% dos usuários aprovam a qualidade do atendimento na variedade dos alimentos servidos, 80,4%, o sabor e 77,5% a quantidade.
A pesquisa é fruto de parceria entre a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) e a Secretaria de Estado de Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sedestmidh).Trata-se da segunda pesquisa de identificação e percepção social dos usuários dos restaurantes comunitários, realizada em 2017, pela Codeplan, que ouviu 7.264 usuários, nas 14 unidades no DF situadas nas cidades: Brazlândia, Gama, Recanto das Emas, Santa Maria, Paranoá, Itapoã, Riacho Fundo II, Estrutural, Planaltina, São Sebastião, Sobradinho II, Samambaia, Ceilândia e Sol Nascente, que pertence à Região Administrativa da Ceilândia, ou seja, na Ceilândia existem dois Restaurantes Comunitários.
Apesar de a pesquisa ter sido produzida há mais de um ano, o presidente da Codeplan, Lucio Rennó, disse que os dados são os mais recentes e assumem importância para as políticas sociais, “pois cumpre o papel de atender a população mais carente”. Destacou ainda que ela foi oportuna para rever a coleta de dados e que é um bom exemplo de pesquisa, passo que se abre à esperança no combate à fome.
“Esse trabalho vai permitir aos gestores a busca pela melhoria do processo de desenvolvimento social da Capital Federal por meio do planejamento de ações promotoras de segurança alimentar e nutricional no Distrito Federal”, disse a diretora de Estudos e Políticas Sociais, Ana Maria Nogales Vasconcelos. Ela acrescentou que os resultados da pesquisa demonstram a importância da voz do cidadão para o aprimoramento das políticas públicas no DF e servem de termômetro para avaliar o avanço nas políticas de segurança alimentar e nutricional”.
A gerente de Estudos e Análises de Promoção Social, Rebeca Carmo Batista de Souza, ao apresentar a pesquisa, relembrou que a primeira foi elaborada em 2012, divulgada em 2013, e que, nesta segunda, algumas mudanças foram feitas, entre elas, qual o meio de transporte para o deslocamento até os RCs, o estilo de vida dos usuários dos restaurantes comunitários, as condições socioeconômicas e sua percepção sobre a qualidade da alimentação, as instalações físicas, ambientais sanitárias desses equipamentos públicos e a importância deles na realização do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) para a população do Distrito Federal e de sua área de influência. Usuários dos RCs estavam na faixa dos 14 até acima dos 60 anos.
Para Rebeca Souza, o resultado mais significativo da pesquisa é a avaliação positiva dos usuários quanto aos RCs: 86,9% aprovam o conforto das instalações, seguidos de 84,5% que apontam a qualidade do atendimento, 80,4%, variedade, 77,5%, sabor e 74,2%, a quantidade da comida. A satisfação dos usuários reflete no interesse em outras refeições nos RCs: mais de 80% afirmaram que fariam alguma outra refeição, café e/ou jantar, caso os restaurantes oferecessem essas opções.
O subsecretário da Sedestmidh, João Roberto Oliveira de Souza, representando a secretária Ilda Ribeiro Peliz, parabenizou a equipe da Codeplan pelo trabalho e ressaltou a importância da pesquisa até por ser um reconhecimento às ações da Secretaria. Falou também sobre novas ações que estão por vir.
“A questão intergeracional mostra um fator importante que é a valorização do contato entre as gerações pela troca de experiências”, afirmou a professora do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília e pesquisadora associada do Observatório Brasileiro de Hábitos Alimentares da Fio Cruz em Brasília, Danielle Cabrini, ao considerar a faixa etária do público-alvo da pesquisa e a morbidade referida aos usuários.
Participando do debate, a coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Kátia Cruz Godoy, falou sobre os RCs e que já esteve em campo e sabe o quanto é difícil o trabalho. Enfatizou o olhar que se deve ter para com as pessoas em situação de vulnerabilidade, a preocupação no trato da alimentação adequada e saudável. “O combate à fome é um dever do Estado”. Disse estar impressionada com o interesse do público usuário em participar de eventos de saúde e cultural como pontos positivos da pesquisa.
ASCOM Codeplan: Eliane Menezes
Foto: Toninho Leite