UnB investe em câmeras de segurança e vigilantes para reduzir violência
Sistema de monitoramento eletrônico começa a funcionar no campus nesta quarta-feira

Por Clarice Gulyas

Na tentativa de reduzir a violência, a Universidade de Brasília (UnB) instalará a partir dessa quarta-feira (20) um sistema de monitoramento eletrônico dentro do campus universitário. De janeiro a junho deste ano, foram registrados na universidade 42 furtos em interior de veículos e 13 ocorrências de roubo de automóveis. Especialista afirma que a eficiência da segurança no campus irá depender da cobertura em todas as áreas, principalmente nas zonas de risco, além da preparação dos vigilantes.

De acordo com o especialista em segurança, Agenor Netto, com o crescimento do mercado de segurança privada no Distrito Federal, é cada vez mais comum a substituição de porteiros ou vigilantes pelos “olhos” eletrônicos. A redução de gastos é um dos principais motivos para a mudança. No entanto, Agenor alerta que no caso da UnB, a atuação conjunta dos equipamentos eletrônicos com os vigilantes é essencial para evitar sequestros, assaltos, colisões de veículos, roubos e furtos. “A instalação de um posto de vigilância armada, por exemplo, custa em média de R$ 9 a 10 mil reais por mês e não é tão eficaz como um sistema de câmeras. Mas contar com alguém para monitorar o espaço e para intermediar a comunicação entre a polícia ou empresa de segurança, como por exemplo, no caso de um assalto, é extremamente importante”, diz.

Atualmente a UnB conta com 120 vigilantes permanentes, 120 terceirizados e 400 porteiros trabalhando em diferentes escalas. Aproximadamente 150 agentes fazem rondas no campus a cada turno, segundo a prefeitura da UnB. Agenor afirma que o treinamento frequente desses profissionais também é um investimento importante para evitar a rotina e preparar os vigilantes parar agir em situações de emergência. “Se bem treinados, os vigilantes podem, por exemplo, acionar um botão de pânico em uma situação de risco que irá avisar a empresa de segurança e imediatamente irá deslocar uma viatura até o local e acionar a polícia. Usar a imagem das câmeras em uma situação de invasão pode ajudar na investigação da polícia, mas até descobrir quem foi o bandido, tudo já foi perdido, então se houver a conciliação dos dois recursos é ótimo”, avalia.

De acordo com o prefeito da UnB, Paulo César Marques da Silva, a partir desta quarta-feira, o campus começará a operar com 15 câmeras fixas e outras 15 móveis que irão cobrir estacionamentos e os principais acessos da universidade. O investimento, em torno de R$ 1,35 milhões, incluirá monitoramento 24 horas e a montagem de uma sala técnica para controle das imagens. Além disso, os pontos de iluminação foram ampliados e algumas luminárias antigas foram substituídas.

“É preciso lembrar que o nível de segurança dentro do campus não é significativamente diferente do da Asa Norte. O sistema de monitoramento por Circuito Fechado de TV já será um grande avanço, considerando que manteremos um bom canal de comunicação com a polícia. A maior dificuldade ainda continua sendo a concepção arquitetônica e a cultura da UnB, ambas definindo o campus e seus prédios como áreas abertas, inseridos na cidade, com livre circulação de pessoas”, diz Paulo.

Para Thaís Freitas, estudante de Pedagogia da UnB, a criminalidade na universidade só será reduzida com o aumento do número de vigilantes e mais investimento na iluminação. “O campus é muito grande e as câmeras não vão conseguir monitorar as áreas de risco, que são os lugares mais desertos. Eu acho que a solução seria aumentar o número de vigilantes porque fora dos blocos nunca vi ninguém rondando para fazer a segurança. Ano passado uma menina foi estuprada ali por perto e teve outra que roubaram os pneus e as portas do carro em um estacionamento estreito em frente às salas de aula”, conta.

Agenor alerta que a intensificação da segurança na área externa é geralmente ignorada pelas faculdades ao adotarem um sistema de segurança privado. O foco apenas nas áreas de risco, segundo o especialista, é um dos principais erros cometidos em um projeto de segurança mal elaborado. “Essa seria uma falha de planejamento porque essas áreas são perigosas agora, mas daqui a pouco onde não tiver sistema de segurança, vai virar área perigosa. O projeto tem que ser completo e ao mesmo tempo pontual, com estudo da planta de todo o local, principalmente, as entradas e saídas. Se houver algum delito, as saídas devem ser fechadas e a própria circulação de criminosos pode ser evitada com câmeras para captar as placas dos carros que entram por ali”, diz.

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