Sindicatos profissionais da Alimentação defendem continuidade da representatividade dos trabalhadores agroindustriários
Sindicatos profissionais da Alimentação defendem continuidade da representatividade dos trabalhadores agroindustriários
Após encontro nacional, dirigentes sindicais aprovam resolução com “Plano de Lutas” que inclui a derrubada da OJ 419 do TST, em defesa da representação dos trabalhadores da agroindústria. Manifestações e paralisações não estão descartadas
Por Clarice Gulyas

Representantes de sindicatos, federações e confederação deverão recorrer aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para pedir o reconhecimento de base. O Brasil possui atualmente cerca de 1,6 milhão de trabalhadores nas indústrias de Alimentação. Os principais Estados em número de trabalhadores são: São Paulo (409 mil), Minas Gerais (162 mil), Paraná (161 mil) e Rio Grande do Sul (134 mil).
De acordo com Artur Bueno de Camargo, presidente da CNTA Afins, “a OJ 419 do TST, traz um problema muito sério para a categoria já que os trabalhadores do setor da agroindústria já vêm sendo representados pelas entidades nas indústria da Alimentação”. Ele também afirma que é preciso a revisão do tema para que a representação dos trabalhadores não seja prejudicada.
Especialistas
Na ocasião, o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP), desembargador Flavio Allegretti de Campos Cooper, proferiu uma palestra com o tema Problemas do Direito Coletivo, onde abordou diferentes interpretações do enquadramento sindical dos agroindustriários na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e na Lei do Trabalhador Rural.
“Para mim, a melhor maneira para se chegar à solução de todos os problemas, complexidades e dúvidas do direito coletivo não é na Justiça, mas na negociação coletiva, porque se há consenso, um entendimento, aquilo vira uma lei“, defende.
Segundo o advogado José Carlos Arouca, assessor jurídico da Fetiasp, a OJ 419 é um grande equívoco do TST, já que desde 1941 o trabalhador da agroindústria é reconhecido como trabalhador industriário urbano e não rural.

Manifestações
Para Melquíades de Araújo, presidente da Fetiasp, a busca de consenso entre sindicalistas e advogados durante o evento, que também abordou a adoção do Processo Judicial Eletrônico e a interferência do Ministério Público do Trabalho, MTE e a Justiça do Trabalho na autonomia sindical, foi importante para unificar estratégias de atuação entre os sindicatos, com possibilidade de manifestações, paralisações e até criação de projetos de lei.

Fânio Luiz Gomes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Piracicaba (SP), concorda e destaca que o evento foi de grande valia para a defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores da categoria. A entidade representa atualmente cerca de 6 mil trabalhadores na região, principalmente ligados a frigoríficos e usinas de açúcar.
“A OJ 419 nos afeta diretamente. Não podemos aceitar isso de maneira alguma, assim como acredito que os trabalhadores também não irão aceitar essa mudança de enquadramento”, disse.
Congresso

“Do ponto de vista de oportunidade, nós temos o projeto que trata da redução da jornada de trabalho, do Fator Previdenciário, o projeto da demissão imotivada e uma série de outros que são do interesse dos trabalhadores. É preciso que os trabalhadores montem uma estratégia para não permitir a votação do que é contra seus interesses e acelerar a votação dos que são a favor.”, avalia.
VÍDEOS:
Dr Arouca fala sobre Simpósio Nacional dos Trabalhadores da Alimentação
https://www.youtube.com/watch?v=NyaOvHDpzKY&feature=youtu.be
https://www.youtube.com/watch?v=NyaOvHDpzKY&feature=youtu.be
Melquiades de Araújo fala sobre Simpósio Nacional dos Trabalhadores da Alimentação
https://www.youtube.com/watch?v=Uhvcxwrtk-M
https://www.youtube.com/watch?v=Uhvcxwrtk-M
Artur Bueno Bueno de Camargo comenta Simpósio Nacional dos Trabalhadores da Alimentação
http://youtu.be/iHBO1_5r-20
http://youtu.be/iHBO1_5r-20
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