Participação das mulheres na política ainda é desafio

Participação das mulheres na política ainda é desafio
TSE lança campanha para incentivar maior participação da mulher na política


Por Abgail Suéllen

Em busca de igualdade e dos mesmos direitos que os homens, as mulheres estão investindo a cargos políticos na candidatura. A ampliação dos espaços conquistados pelas mulheres no poder político é um dos temas discutidos entre a bancada feminina na Câmara dos Deputados. De acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Brasil ocupa a 156ª na posição da representação feminina no parlamento, entre 188 países. Na comparação dos 34 países das Américas, fica em 30° lugar.

No Brasil, a legislação eleitoral e partidária que estimula a participação feminina na política determina um percentual mínimo de 30% de candidaturas de cada sexo. A Câmara dos Deputados, conta com 513 integrantes, sendo 467 parlamentares do sexo masculino e 46 deputadas. A representação feminina conta somente com 8%, ou seja o percentual está abaixo do que é exigido por lei. Para o Ministro do TSE, o dado é contraditório, uma vez que o cargo maior da República é ocupado por uma mulher, Dilma Rousseff. “É algo que gera perplexidade e, diria até mesmo, envergonha a todos os brasileiros”, lamentou Marco Aurélio.

Pensando nesse número de participação de mulheres no cenário politico, o TSE lançou no dia 19 de março no Congresso Nacional, uma campanha que incentiva a participação feminina na política. O objetivo é estimular o envolvimento das mulheres nas principais decisões do país, valorizando a questão da igualdade de gênero. A iniciativa partiu pelo êxito que as mulheres têm no trabalho.

Igualdade de oportunidades

Segundo o Ministro Marco Aurélio, presidente do TSE, as mulheres estão assumindo cargos na magistratura. “Por que não na política?”, questiona o ministro que enfatiza haver algum erro nesse processo. “Percebo que o erro é apenas no aspecto da lei, não o conteúdo, que é a efetiva participação das mulheres como candidatas”, afirma o Ministro.

A presidente do Partido Social Liberal (PSL) Mulher DF  Joacinara Jansen acredita que a medida tomada pelo ministro do TSE vai contribuir para combater os preconceitos da participação da mulher em diversas atividades, inclusive  na política. “O TSE vai em direção  do  princípio da ‘igualdade de oportunidades’, que norteia as ações do PSL e permite ao indivíduo, qualquer que seja a sua condição social, raça e sexo, alcançar a verdadeira cidadania”, explicou Joacinara.

 A participação das mulheres na política é antiga, Há pouco mais de 80 anos em 1932, as mulheres brasileiras conquistaram o direito de voto em nosso país e consolidado na Constituição de 1934. Essa conquista de votar e ser votada foi apenas o início de luta pela ampliação do espaço para as mulheres.  

Consciência política e cidadania

Para a pré-candidata a deputada distrital pelo PSL, Clarice Gulyas, 26 anos,   a participação da mulher na política é tão importante quanto a do homem. “O problema não é a falta de incentivo ou preconceito, mas também a falta de interesse das próprias mulheres em participar. Mas essa participação é importante por questões democráticas”, diz.  Clarice acredita que a própria política deveria ser incentivada, não só para mulheres, mas toda a sociedade. “A política deveria ser ensinada nas escolas, de maneira traduzida para se construir cidadãos mais conscientes”, comentou.
O Brasil registra baixos índices de mulheres no poder. A deputada Erika Kokay acredita que as mulheres deve ter mais participação no parlamento. “Nós hoje estamos submetidos a uma lógica fascista que tem controlado espaços de defesa e promoção dos direitos humanos no Congresso Nacional.  Ao lutarmos por mais mulheres no poder, enfrentaremos esse conservadorismo que se instalou entre nós”, afirmou Erika.

Para a presidente do PSL, Joacinara Jansen, nunca foi tão necessária a presença da mulher na política, não só por questão de direito e igualdade, mas de sensibilidade. “Quando falo em participar da vida política, não estou fazendo referência a apenas se filiar a um partido ou ser candidata a um cargo eletivo”, para ela a questão principal do problema no Brasil, hoje, é a participação da luta social e na política”, completou.
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