Jaboticabal (SP): Impasse entre trabalhadores e Usina Santa Adélia será levado à Justiça nos próximos dias
Jaboticabal (SP): Impasse entre trabalhadores e Usina Santa Adélia será levado à Justiça nos próximos dias
Após greve emblemática com duração de 32 dias, sendo um dia e meio de protestos, caberá ao TRT decisão sobre legalidade de greve, pagamentos e multas pelos dias parados
Por Clarice Gulyas
Em nova audiência de conciliação realizada no último dia 6 de maio no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), funcionários da Usina Santa Adélia, de Jaboticabal (SP), rejeitaram acordo que inclui descontos de salários dos trabalhadores durante os 32 dias de greve, realizada no período de abril e maio desse ano. Cerca de 300 dos 700 trabalhadores da indústria retornaram às atividades no dia 3 de maio. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins de Jaboticabal (STIAJ), a matéria deverá ser encaminhada ao TRT nesta próxima semana.
Além da legalidade da greve e o abono de desconto dos dias parados, o TRT deverá julgar, entre outros pontos, a legalidade da alteração do turno ininterrupto de revezamento de trabalho aplicado pela empresa, o pagamento de indenização e demais direitos pela supressão das horas extras e estabilidade provisória aos trabalhadores.
O presidente do STIAJ, Silvano Pedro, explica que a atual pauta de reivindicação dos trabalhadores inclui a concessão de cestas básicas, o pagamento de adicional de periculosidade e insalubridade, concessão de ticket alimentação no valor de R$ 400,00, pagamento de 20% do plano de saúde e, principalmente, a manutenção do turno de revezamento em jornadas de 5×1. Segundo ele, a mobilização não se tratou apenas da busca de melhorias, mas, especialmente, para evitar perdas aos trabalhadores.
O presidente do STIAJ, Silvano Pedro, explica que a atual pauta de reivindicação dos trabalhadores inclui a concessão de cestas básicas, o pagamento de adicional de periculosidade e insalubridade, concessão de ticket alimentação no valor de R$ 400,00, pagamento de 20% do plano de saúde e, principalmente, a manutenção do turno de revezamento em jornadas de 5×1. Segundo ele, a mobilização não se tratou apenas da busca de melhorias, mas, especialmente, para evitar perdas aos trabalhadores.
“O que gerou nossa revolta foi o fato de que os trabalhadores faziam o turno de revezamento 5×1 há mais de 10 anos e, às vésperas de começar a safra, a usina quis fixar o turno. E essas horas que os trabalhadores faziam no turno antigo iriam deixar de ser recebidas. Essas horas significam cerca de 55h mensais em média, ou seja, os trabalhadores iriam perder cerca de R$ 400 até R$ 800 reais em seus salários”, critica.
O STIAJ também destaca que, atualmente, soldadores, operadores, eletricistas, instrumentistas, entre outros profissionais da usina, recebem apenas o salário e o pagamento de horas extras, além de arcar com 80% do plano de saúde da empresa. A dificuldade de negociação de direitos e benefícios é recorrente e vista com desconfiança pelos trabalhadores, já que a usina é uma das principais produtoras de açúcar e álcool da região, chegando a fornecer produtos para grandes empresas ligadas à Coca-cola, Nestlé, Danone e Del Valle, por exemplo.
“Essa usina é uma empresa de referência no Brasil, ela é uma das únicas a ter o ISSO 22000, por capacidade e eficiência e mesmo assim ela alega não atender às reivindicações dos trabalhadores por estar endividada, o que é um absurdo. Nossa expectativa, a partir de agora, é que o TRT possa julgar o caso de forma justa aos trabalhadores”, comenta Silvano, que também denuncia que trabalhadores “são instruídos pelos seus encarregados, chefes ou gerentes a aprovarem os salários e as condições de trabalho durante auditorias”.
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins de Jaboticabal (STIAJ)
Presidente: Silvano Pedro
stiajab@hotmail.com
(16) 3202-1716
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