Orquestra do Teatro Nacional comemora mês da mulher com concertos especiais

Na próxima terça-feira (9/3), às 20h, o canal do YouTube da filarmônica apresenta recital conduzido por Mariana Menezes

Mariana acredita que a ideia de repetir esse concerto no mês da mulher é uma boa forma de reconhecer o papel do gênero | Foto: Ana Paula Lazari

O mês da mulher ganha destaque na programação do canal no YouTube da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal. Na próxima terça-feira (9/3), às 20h, o canal do YouTube da Orquestra apresenta concerto conduzida por Mariana Menezes, com a participação especial da primeira flautista Mechthild Bier e um repertório de compositoras.

Frequentemente apresentada como uma regente de “memória prodigiosa” e “amadurecimento artístico característico dos grandes mestres”, Marina revela que essa foi a primeira vez que a Orquestra do Teatro Nacional tocou obras de compositoras.

Ela conta que houve uma pesquisa aprofundada para a escolha das compositoras. “Chegamos na definição do repertório junto com os músicos e pensando na primeira flautista, Metchild Bier”.

O resultado é de “um repertório muito belo, que caminhou desde a música barroca até a transição para o clássico e depois a música contemporânea”. Esta foi representada por uma peça da jovem compositora brasileira Cibele Donza. “Estou certa de que o público vai se divertir muito com essa obra da Cibele, que é muito percussiva, gostosa de ouvir”, afiança a regente.

Força da “maestra”

A “maestra” – Mariana Menezes não gosta do vocábulo maestrina porque “em alguns países de língua espanhola, a palavra tem uma conotação caricata, “uma forma a diminuir a função da profissional” – também chama a atenção por às vezes reger sem a batuta, usando as mãos.

Saiba mais sobre Mariana Menezes

“A batuta direciona a comunicação para um ponto preciso, por isso o uso dela é muito recomendado, principalmente em obras com orquestra grande. Em formações instrumentais menores, e em especial onde se procura demonstrar mais expressividade, abrir mão da batuta e explorar as mãos é uma excelente alternativa”, ensina.

Mariana acredita que a ideia de repetir esse concerto no mês da mulher é uma boa forma de reconhecer o papel do gênero diante dos tempos difíceis da covid-19.

“Com a realidade da pandemia, as mulheres se descobriram capazes de abarcar em si várias funções em sua potência máxima e tiveram que adicionar ainda algumas tarefas extras. Muitas de nós mulheres somos mães e, ao mesmo tempo, profissionais, tudo dentro do nosso próprio lar ou nas frentes de batalha. O concerto celebra essas mulheres de mil forças que descobrimos ser durante esse último ano”.

Segundo Mechthild, o “Concertino Opus 107” é a única obra da autora frequentemente tocada nos dias de hoje

Participação especial

A alemã naturalizada brasileira Mechthild Bier, desde 2008 no Brasil, diz sobre seu solo na peça “Concertino para Flauta, op. 107”, de Cécile Chaminade (1857–1944): “Foi uma das poucas mulheres que participaram do ilustre círculo de compositores que tiveram uma peça encomendada para o famoso concurso do Conservatório de Paris”.

Ela relata que Chaminade foi limitada pelas expectativas sociais impostas a compositoras mulheres na época. “Embora suas peças não tenham recebido aclamação no gênero de obras ‘significativas’ como concertos, sinfonias e óperas, a sua criação foi muito bem recebida pelo mercado de edição de partituras e tornaram-na popular na Inglaterra e nos Estados Unidos”.

Segundo Mechthild, o “Concertino Opus 107” é a única obra da autora frequentemente tocada nos dias de hoje, “apresenta texturas claras, um amplo colorido sonoro. As memoráveis melodias e o virtuosismo exigido ao solista tornam a peça um exemplo típico do romantismo tardio francês”.

Março diversificado

Entre as outras atrações do mês, o regente titular Cláudio Cohen destaca os tangos de Carlos Gardel a Astor Piazzolla (23/3). “Este concerto teve a sua origem em convite da Embaixada da Argentina para celebrar o dia nacional do tango em dezembro passado, em concerto realizado na própria embaixada pela Sinfônica”.

Os arranjos, especialmente encomendados, ficaram a cargo do compositor Marcos Cohen [da OSTNCS], que conseguiu colocar a essência e a originalidade de cada obra na orquestração. Segundo o maestro Cohen, “são tangos mais tradicionais como, por exemplo, ‘Adios, Nonino’ e ‘Libertango’, de Piazzolla, e também ‘Por una Cabeza’ e ‘Mi Buenos

Aires Querida de Carlos tardel

Em 16  de março será exibido Strauss, “Oboé Concerto”. Sobre essa obra, o oboísta Moisés Pena, da OSTNCS, diz que “é desafiador desde aspectos técnicos como controlar a respiração em três movimentos sem pausa, como também aspectos artísticos no que tangem a interpretação coerente de um dos compositores mais celebrados do mundo da música erudita”.

“Pude colaborar como solista à frente da orquestra, da qual tenho orgulho em fazer parte e comemorar 20 anos de carreira profissional, executando uma das mais belas e importantes peças do repertório do oboé”, completa o musicista.

2/3

Bruckner, “Sinfonia nº 2”

Gravado na Sala Villa-Lobos em 2011

9/3

Em homenagem ao dia internacional da mulher.

Concerto com a maestra Mariana Menezes

Solista Mechthild Bier (flauta)

Gravado no Cine Brasília em 2019

16/3

Strauss, “Oboé Concerto”

Solista Moisés Pena

Gravado no Cine Brasília em 2019

23/3

Tangos de Carlos Gardel a Astor Piazzolla

Gravado no Auditório do MPDFT em 2020

30/03

Dvorak, “Serenata Op.44 Sopros”

Gravado Foyer da Sala Villa-Lobos em 2021


*Com informações da Secretaria de Cultura

FONTE:AGÊNCIA BRASÍLIA*I EDIÇÃO: CAROLINA JARDON