Hospitais públicos têm apoio de 1,3 mil voluntários

São 1.121 pessoas inscritas no Programa de Voluntariado Profissional e 178 no de Voluntariado Pessoal, ambos com atuação na área de saúde

Catarina Lima, da Agência Brasília I Edição: Débora Cronemberger

A Secretaria de Saúde (SES) conta com 1.121 voluntários do Programa de Voluntariado Profissional, nas áreas de enfermagem e técnico em enfermagem, e aproximadamente 178 do Programa de Voluntariado Social, em que os interessados devem atuar nas suas esferas de conhecimento. Os voluntários podem trabalhar em uma das sete superintendências de Saúde do DF; ao final, recebem certificado de participação.

A enfermeira Marta Antônia da Rocha está tendo a primeira experiência profissional por meio do voluntariado | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília

“A procura pela atuação como profissional voluntário aumentou nas unidades de saúde durante a pandemia. Ficamos imensamente felizes com o desempenho deles, assim como com a atuação dos voluntários sociais nos projetos desenvolvidos junto aos pacientes, familiares e comunidade. Os serviços prestados pelos voluntários possuem grande relevância pública para a sociedade do Distrito Federal e para a melhoria dos serviços prestados aos usuários do SUS [Sistema Único de Saúde]”, afirma a gerente do Voluntariado da Secretaria de Saúde, Adriana Mello.

“Os serviços prestados pelos voluntários possuem grande relevância pública para a sociedade do Distrito Federal e para a melhoria dos serviços prestados aos usuários do SUS”Adriana Mello, gerente do Voluntariado da Secretaria de Saúde

O Programa de Voluntariado Social contempla interessados que possuam nível médio ou superior (completo ou em andamento) para contribuir com a sua área de talento, como cantores, cabeleireiros e contadores de histórias, entre outros. Estes voluntários são regidos pela Portaria nº 180, de 31 de agosto de 2016.

Já o Programa de Voluntariado Profissional contempla interessados com formação na área em que pretendem atuar e que possuam registro profissional no conselho de classe (quando a profissão o tiver). A atividade é realizada em caráter espontâneo, sem remuneração e sem vínculo empregatício, sendo regida pela Portaria nº 216, de 11 de novembro de 2016.

“Quando conheci, eu era gerente da UPA do Núcleo Bandeirante. Fizemos o projeto e a convocação dos voluntários. A adesão foi muito boa. Tive a oportunidade de entender o quanto eles foram importantes para a Secretaria de Saúde”Evilásio Souza Ramos, subsecretário de Gestão de Pessoas, ao falar do programa de voluntariado

O voluntário escolhe o dia e o horário em que poderá ajudar e dirigir-se à unidade de saúde de seu interesse, na qual procurará pela comissão de voluntariado local, ou poderá encaminhar e-mail com currículo, detalhando o local e a área de interesse, para o endereço eletrônico gevol.dipmat@saude.df.gov.br. Adriana Mello reforça que o trabalho não é remunerado e a carga horária é de no mínimo 2 horas e no máximo 40 horas semanais, comprovadas por meio de assinatura de frequência.

O subsecretário de Gestão de Pessoas, Evilásio Souza Ramos, conhece o programa há seis anos e afirma ter muito apreço pelo trabalho desenvolvido. “Quando conheci, eu era gerente da UPA do Núcleo Bandeirante. Fizemos o projeto e a convocação dos voluntários. A adesão foi muito boa. Tive a oportunidade de entender o quanto eles foram importantes para a Secretaria de Saúde”, avalia.

A presidente da Comissão de Voluntários do Hran, Bianca de Lacerda, diz que é feita uma triagem com os interessados

Todas as atividades voluntárias contam com um supervisor. No Hospital Regional da Asa Norte (Hran), existem 28 voluntários no momento. O supervisor dos voluntários de enfermagem do sexto andar da unidade, Carlos Henrique Pereira, é responsável no momento por três dos profissionais que fazem parte de sua equipe. Ele mesmo já foi um voluntário.

“Hoje temos, aqui no andar, dois enfermeiros e um técnico em enfermagem. Somos uma clínica que requer mão de obra especializada. Quando o voluntário chega, ele agrega valores e conhecimentos. Quando saem daqui, eles estão prontos para o mercado de trabalho”, diz. De acordo com Carlos Henrique, cerca de 90% dos voluntários que ingressam no seu setor são recém-formados e sem experiência na área de atuação. “Para o paciente, o programa também é muito importante. O voluntário tem zelo e atenção pelo paciente”, ressalta.

Depois de seis anos de formada, a enfermeira Marta Antônia da Rocha está tendo o primeiro contato com a profissão por meio do programa de voluntariado do Hran. Ela faz parte da equipe de Carlos Henrique. Em um mês de atuação, Marta define o trabalho como um divisor de águas em sua vida. “É uma oportunidade para me ajudar a ser inserida no mercado de trabalho. Essa é minha primeira experiência. Desde que me formei, não tive oportunidade para atuar na área”, explica. Marta divide seu tempo entre fazer o trabalho voluntário e estudar para o concurso de servidor efetivo da SES.

A presidente da Comissão de Voluntários do Hran, Bianca de Lacerda, lembra que o trabalho de voluntários contribui para suprir a demanda de algumas clínicas do hospital. “Para trabalhar aqui, todos passam por uma triagem, em que toda documentação é analisada”, detalha.