CNTA quer “globalizar” luta sindical para barrar abusos políticos e econômicos

CNTA quer “globalizar” luta sindical para barrar abusos políticos e econômicos

Entidade expôs preocupação com crise brasileira durante encontro latino-americano dos representantes dos trabalhadores das indústrias alimentícias


Representante de 1,6 milhão de trabalhadores no país, a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins) busca a unidade internacional da categoria. Durante abertura da 39ª Reunião do Comitê Executivo União Internacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (UITA), em Brasília (DF), a entidade apresentou um panorama do Brasil com as principais dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores e o movimento sindical. O evento reuniu aproximadamente 25 entidades ligadas a pelo menos nove países, entre eles Argentina, República Dominicana, Costa Rica, Peru, Nicarágua, México, Uruguai e Panamá.


A preocupação da delegação brasileira foi oficializada em um informativo entregue à UITA. No texto, confederações representantes dos trabalhadores rurais, da Alimentação e Turismo, defendem a criação de um Comitê Latino-americano de Integração da UITA, a ser apresentado como proposta para o Congresso Mundial da entidade, previsto para agosto. Nesta terça (11/07), um novo documento deverá sugerir formas de ações integradas, que deverão ser discutidas no encontro.

“O sistema capitalista é globalizado e organizado para retirar direitos e explorar a classe trabalhadora, de tal forma que nós ainda não conseguimos também globalizar a luta sindical. O que estamos propondo é que haja uma integração maior das representações dos trabalhadores juntamente com a internacional para unificarmos nossas ações. Além de resoluções, que servirão para nos mostrar o caminho certo a ser seguido, precisamos de ações integradas na prática, e isto só é possível a partir da discussão de propostas concretas, seja aqui, no Brasil, ou em outros países”, comenta Artur Bueno de Camargo, presidente da CNTA.

Norberto Latorre, presidente do Comitê Executivo Latino-americano da UITA, avalia positivamente a iniciativa e afirma que a intenção da entidade é fortalecer cada vez mais a integração da regional latino-americana com a UITA mundial. Segundo ele, este tipo de intercâmbio é importante para discutir as principais dificuldades da categoria, sobretudo àquelas recorrentes na América Latina.
“Algumas das questões mais preocupantes são a questão econômica, o desemprego, o trabalho precário, e o crescimento da terceirização, que afeta não só os trabalhadores, mas o movimento sindical, já que a terceirização retira o trabalhador da estrutura sindical, retirando também sua proteção, gerando um trabalho precário. E a missão do dirigente sindical é tentar controlar esta situação.”, afirma.

Na abertura da 39ª Reunião do Comitê Executivo da UITA, sindicalistas repudiaram as reformas trabalhista e previdenciária do governo brasileiro e apoiaram as lutas e as manifestações da classe trabalhadora.

Fotos:
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